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bernardocostaaguia

Entre a ansiedade de ficar e a ansiedade de voltar a uma “escola diferente”




Sónia Serrão, Psicóloga e Coordenadora da Clínica Navegantes, abordou os diferentes tipos de ansiedade que afectam as crianças, os educadores de infância e os profissionais de educação e quais as melhores estratégias para lidar com este regresso a uma "escola diferente".


Ansiedade q.b. é bastante protectora e facilita a gestão dos nossos comportamentos e é desejável que exista uma certa dose de ansiedade no nosso dia-a-dia”, começa por desmistificar.


Sónia Serrão também tranquiliza educadores quanto àquilo que é caracterizado por ansiedade normativa: O que vou encontrar? Como lidar com situações inesperadas? E se...? Juntam-se ansiedades específicas de cada faixa etária: nos bebés, a ansiedade da separação (dos pais, após tanto tempo de convivência diária); em idade pré-escolar, à ansiedade da separação juntam-se fobias específicas; em idade escolar, às duas ansiedades mencionadas, acrescenta-se a ansiedade de desempenho (será que conseguirei progredir como fazia anteriormente?) e ansiedade generalizada (regresso ao grupo de amigos, às rotinas, etc.).


Sónia Serrão aponta algumas estratégias para lidar com os diferentes tipos de ansiedade, como a antecipação desse regresso, a transmissão de segurança e tranquilidade, compreensão com os sentimentos ambíguos que a criança irá vivenciar, empatia perante os sentimentos que a criança revele (se está triste com regresso procure manifestar compreensão) ou a reserva de um tempo no final do dia para conversar sobre o dia que passou e antecipar o seguinte. Estas são apenas algumas das estratégias.


Neste período, muitos pais também conheceram facetas das crianças que, lhes estavam, por vezes, vedadas. Afinal, as crianças, tal como os adultos, têm comportamentos distintos em função das ‘funções’ que representam e de quem se rodeiam. Em muitos casos, o mito do filho idealizado deu lugar a uma imagem mais realista do que é a criança no dia-a-dia. Muitos pais passaram a valorizar ainda mais o papel dos infantários e das escolas e tornar-se-ão, potencialmente, mais presentes.


Segundo Sónia Serrão, é fundamental para pais - e educadores e professores, claro – estarem atentos ao seu bem-estar, cuidarem da sua saúde mental enquanto desempenham todos os diferentes papéis que lhes são requeridos quotidianamente. A psicóloga termina dizendo que espera que se consiga “transformar esta mudança numa mudança muito positiva”.


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